sábado, 8 de fevereiro de 2014

Contin.... Cap. 10 e Introdução a Edição de 1997

Capítulo 10. O fim do começo (alinhamento e integração)
Tornou-se um padrão gerencial nos dias de hoje fazer declarações de missão, visão e valores dentro das empresas. No entanto poucas são as instituições que conseguem um perfeito alinhamento entre essas ideologias e as ações que são executadas diariamente. Com isso, essas declarações acabam perdendo valor e se tornando simples quadros nas paredes, que vão ganhando poeira e cada vez menos visibilidade com o passar dos anos.
“A essência de uma empresa visionária é transformar a sua ideologia central e sua motivação pela busca do progresso na estrutura da organização – em metas, estratégias, táticas, diretrizes, processos, práticas culturais, posturas de gerenciamento, layout dos prédios, sistemas de pagamento, sistemas de contabilidade, definição de cargos – em tudo o que a empresa faz.”
É esta coerência entre idéias e ações que permite que o núcleo da instituição seja mantido enquanto ela busca o sucesso. A HP, que sempre se propôs ser uma empresa que inova com tecnologia, coloca o seu marketing abaixo dos técnicos de novos produtos. Muitas invenções são deixadas de fora pelo fato de não gerarem a inovação suficiente ou de não terem a tecnologia que a empresa entende como aceitável.
“Seria um erro concluir que é possível implementar o que foi dito em qualquer um dos capítulos deste livro isoladamente e criar uma empresa visionária. A ideologia central por si só não pode faze-lo. A pura evolução através da autonomia e da capacidade de gerenciamento e organização não pode fazê-lo. O simples fato de treinar os gerentes internamente desde o início não pode fazê-lo, nem uma cultura de devoção, nem mesmo viver segundo o conceito de que nunca é suficiente.”
Se desejamos criar uma empresa visionária devemos juntar tudo o que foi aqui exposto, seja a parte mais conceitual ou as partes mais práticas e fazê-las acontecer de forma alinhada. Respeitando quatro conceitos básicos que foram ensinados aqui, são eles:
  1. Dê as ferramentas (Crie um relógio) – seja um arquiteto – não imponha soluções (não apenas diga o tempo).
  2. Adote a Genialidade do E.
  3. Preserve o núcleo E estimule o progresso.
  4. Busque um alinhamento consistente.
Para concluir deixo a palavra para os autores:
“Você não tem que acreditar que a criação de empresas visionárias é algo misterioso que só os outros sabem fazer. Aceite a verdade assustadora de que você provavelmente é tão qualificado quanto qualquer outra pessoa para ajudar a sua empresa a se tornar visionária. E significa reconhecer que você pode começar agora – hoje – a aplicar as lições deste livro. Por fim, e talvez este seja o ponto mais importante, significa trabalhar com um respeito profundo e permanente pela empresa como instituição social mais importante por si só – uma instituição que requer o cuidado e a atenção dispensados às grandes universidades ou sistemas de governo norte-americanos. Pois é através do poder da organização humana – indivíduos trabalhando juntos por uma causa comum – que grande parte das melhores coisas do mundo são feitas.”

Introdução à Edição de 1997 e Prefácio[1]

Os autores analisam 18 empresas americanas bem-sucedidas através de uma média de 85 anos.  Indica de forma simples e profunda, como criar uma cultura corporativa consistente que seja bem sucedida através das gerações.  Compara cada empresa (ganhador do ouro) com seu rival bem conhecido e famoso (ganhador da prata ou bronze) para identificar princípios que os distinguem.

Introdução à Edição de 1997 (não incluído na tradução para o português do livro em 1994).  Resumindo numa frase, o segredo de empresas (leia-se também igrejas, denominações, ONGs, etc.) visionárias é PRESERVAR valores e propósito centrais mas MUDAR estratégias, alvos e práticas culturais e operacionais (p. 124).  As empresas visionárias (EV) têm a habilidade de administrar continuidade e mudança de forma disciplinada (xv).  Uma EV exporta seus valores e propósito para todas suas operações em qualquer país, mas adapta suas práticas e estratégias às normas culturais locais e condições do mercado (xvii).  Como um desses CEO’s falou, “Caminhamos mais devagar e crescemos apenas na medida que encontramos as pessoas que manterão nossos critérios... Em tudo que fazemos, olhamos ao longo prazo.  Sempre” (xviii).

Estes conceitos se aplicam até na vida pessoal, familiar, ministerial etc..., criando uma vida com um alicerce ou cerne interior forte, ao mesmo tempo de ter a disposição de poder mudar e adaptar tudo menos este cerne.  As pessoas não conseguem prever para onde estão indo e como suas vidas desenvolverão, ainda mais em nosso mundo imprevisível.  Aqueles que construíram as EVs compreenderam de forma sábia que é melhor entender quem você é do que para onde você está indo – por que a onde você está indo quase certamente mudará  (xx).

Propósito – quando bem concebido – tem um efeito profundo numa organização além do que os próprios valores dela.  Vale a pena investir fundo em identificar seu propósito (xx).

Começando aqui com o prefácio, citamos o livro publicado em português: Prefácio: “Uma revelação se destaca entre todas as outras: Praticamente qualquer um pode ser um protagonista importante na criação de uma instituição de negócios extraordinária.  As lições dessas empresas podem ser aprendidas e aplicadas pela grande maioria dos gerentes em todos os níveis.  O que se foi para sempre – pelo menos na nossa opinião – é a perspectiva de que a trajetória de uma empresa depende de ela ser liderada por pessoas com qualidades raras e misteriosas que não podem ser aprendidas pelos outros”(14).



1. As Melhores entre as Melhores[2]
Este capítulo é excelente quanto a esclarecer o desenho da pesquisa no qual descansa as descobertas dos autores.  A maioria de leitores não precisa de todos esses detalhes e podem pegar apenas os pontos principais.  

“Nosso compromisso tem que ser levar adiante a vitalidade desta empresa – seu crescimento em termos físicos e também como instituição – para que esta empresa, esta instituição, dure mais 150 anos.  Para que dure com o passar dos séculos.”  -- John G. Smale, Ex-director Executivo, Procter & Gamble, Comemoração do 150º aniversário da P&G, 1986 (15).

“O ponto principal é que uma empresa visionária é uma organização – uma instituição.  Todos os líderes (inclusive você e eu), não importa o quão carismáticos ou visionários sejam, um dia morrem; e todos os produtos e serviços visionários – todas as ‘grandes idéias’ – um dia se tornam obsoletos.  De fato, mercados inteiros podem se tornar obsoletos e desaparecer.  Mas as empresas visionárias prosperam durante muitos e muitos anos, ao longo dos ciclos de vida de vários produtos e durantes várias gerações de líderes ativos” (15-16).

Tente visualizar 5-10 organizações que obedeçam aos seguintes critérios:
  • É uma instituição líder no seu setor
  • É muito admirada por empresários conhecidos
  • Deixou uma marca indelével no mundo em que vivemos
  • Teve várias gerações de altos executivos
  • Passou por ciclos de vida de vários produtos (ou serviços)
  • Foi fundada antes de 1950 (16).

As empresas visionárias têm uma incrível capacidade de recuperação, conseguindo dar a volta por cima das adversidades (19).

Páginas 20-28 indicam 12 mitos sobre empresas visionárias e as realidades.  Não os cito aqui porque acabarão sendo trabalhados nos capítulos que seguem.

A pesquisa das 18 empresas visionárias (medalha de ouro) e o grupo de controle de mais 18 empresas (medalha de prata ou bronze) foi feita com dois objetivos:
1. Identificar as características e a dinâmica subjacentes comuns, as empresas altamente visionárias (e que as diferenciam das outras empresas) e transformar estas conclusões numa estrutura conceitual útil.
2. Divulgar de forma eficaz estas conclusões e conceitos de modo que influenciem a prática de gerenciamento e beneficiem aqueles que desejam criar, construir e manter empresas visionárias (29).

“Na verdade, se tivéssemos que identificar um aspecto deste livro que faz com que ele mais se destaque dos outros livros da área de gerenciamento, apontaríamos o fato de que estudamos a vida toda das empresas em comparação direta com outras empresas.  Este método foi essencial para o questionamento de mitos profundamente arraigados e o reconhecimento dos princípios fundamentais aplicáveis durante muito tempo e a uma série de setores” (38).

Eles concluem o capítulo falando do ciclo de feedback.  O ciclo começa com 1) pesquisa que passa para a definição de 2) conceitos e estruturas que por sua vez passam para 3) aplicação no mundo real.  Essa aplicação é a base para voltar a fazer uma nova pesquisa e reiniciar o ciclo de feedback (42). 

Perguntas para reflexão:
1.      Suponha, por um momento, que você quer que sua empresa, igreja, Ong etc..., seja visionária e continue assim daqui a 50 anos, após você e sua geração haverem passados.  Quais os alicerces e estratégias que precisaria firmar para ter uma maior chance de conseguir isso?
2.      Quais os alicerces e estratégias que precisaria firmar para ter uma maior chance de conseguir isso?




[1]
[2] Resumo do capítulo 1 de Collins, James C., e Porras, Jerry I.; Feitas para Durar: Práticas Bem-Sucedidas de Empresas Visionárias, Rocco, 1994 (inglês), 1995 (português).  

Nenhum comentário:

Postar um comentário