Capítulo 7. Tentar de tudo e aplicar o que der certo (3o
Mecanismo)
A proposta desta atitude parece contradizer totalmente a maior vitória
que as empresas visionárias tiveram. Elas conseguiram colocar como prioridade,
até mesmo acima dos lucros, a missão da empresa. O ponto mais subjetivo que é a
missão, representa um motivo suficientemente forte que valeria a pena dedicar a
vida. Vejamos o exemplo da Disney: “Levar
a felicidade a milhões de pessoas”.
Quando lemos o título acima o que nos
vem à mente é a idéia de capitalismo selvagem o de lucros a qualquer custo. No
entanto, a lição mais importante desta pesquisa é que ela provou que empresas
que adotam este tipo de postura, puramente pragmática e sem ideologia,
dificilmente conseguem atingir a liderança do mercado e se alcançam não
permanecem lá por muito tempo. O lucro nas empresas visionárias é visto como a
conseqüência de se ter alcançado o propósito mais fundamental da empresa.
Todas as companhias têm uma linda
missão exposta na parede, no entanto quase ninguém ali dentro sabe de onde veio
aquilo e pouquíssima gente transforma a intenção de se cumprir a missão em
ações efetivas que produzem resultados neste sentido.
Tentar de tudo e aplicar o que der certo, significa buscar obstinadamente seu propósito existencial, sabendo que
ele pode não ser alcançado da maneira como você achava que iria conseguir
inicialmente. No entanto, se a nova direção não violar os valores principais da
empresa e conseguir aproximá-la do cumprimento da missão é muito válido. Esse
conceito também nos instrui que a mudança na forma acontece o tempo todo no
mercado, claro que aquele que apenas acompanha as vontades do mercado como uma
folha levada ao vento não conseguirá perpetuar sua instituição, e aquele que
for se adaptando às condições do meio sem perder sua identidade, não apenas
atingirá seus objetivos, mas preservá-los-á por muito tempo.
O livro conta duas histórias que
ilustram bem este conceito.
A American Express iniciou suas
atividades como uma empresa de frete expresso, certa vez seu presidente estava
em viagens e sentiu dificuldade de sacar dinheiro. A partir desta adversidade,
como eles já tinham o vale postal que funcionava apenas nos EUA, eles criaram o
Travelers Cheque. Com o passar do tempo este tipo de atividade se tornou
o core business da empresa e logo em seguida surgiram os cartões de
crédito. A Amex mudou totalmente seu ramo de atuação, mas não perdeu seus
valores centrais.
A HP tem uma experiência diferente. Certa vez, seus executivos chegaram
aos fundadores e expuseram que com a entrada das calculadoras chinesas, a HP
estava perdendo muito mercado e que eles deveriam se adaptar a essa nova
maneira mais barata de se fazer cálculos. Willian Hewlett sabiamente
instruiu-os: “A HP surgiu para inovar com tecnologia. Nossa missão não é fazer
calculadoras baratas ou simplesmente se adaptar ao mercado. Se vocês
conseguirem fazer um aparelho que inove com tecnologia e que ainda tenha um
custo baixo o produziremos, caso contrário, continuaremos perseguindo nossa
missão.” Este é um exemplo que ilustra muito bem que a missão deve ficar acima
dos resultados, mas que temos total liberdade para atingir o progresso desde
que este não afete o núcleo.
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